Desempenhos “Atômicos” em IIlinois

Os equipamentos Indeco desempenham um papel decisivo na demolição da central nuclear de Zion em Illinois. A operação foi contratada à Manafort Brothers, uma das mais importantes empresas dos Estados Unidos especializadas nesse tipo de descomissionamento.

1 Setembro 2017

A central de Zion está localizada em Illinois nas margens do Lago de Michigan, a aproximadamente 64 km de Chicago e 68 km de Milwaukee. Concluída em 1973, a usina começou a produzir energia elétrica no final daquele ano (primeiro reator) e em setembro de 1974 (segundo reator). A central de Zion fazia parte da rede Commonwealth Edison (ComEd) e foi planejada para atender a área metropolitana de Chicago e a parte do estado próxima do lago.
Em fevereiro de 1997 a produção de eletricidade foi suspensa, como resultado de uma operação incorreta que acarretou o desligamento acidental do reator número 1 (evento que, porém, não criou qualquer problema de segurança). Em fevereiro de 1998 a ComEd, que ainda teria que investir US$ 435 milhões para reativar o reator 1 e reabastecer o reator 2 com novas barras (que já estava parado no momento do acidente), decidiu suspender a atividade, já que o investimento não iria gerar um retorno suficiente para a empresa. Para acelerar a conversão do sítio da NRC (Comissão Reguladora de Energia Nuclear), utilizando um procedimento sem precedentes em sua história, a ComEd em agosto de 2010 concedeu a licença para a Energy Solutions, empresa especializada no descomissionamento de centrais nucleares, bem como na recuperação do sítio comprometido pelos efeitos das atividades industriais.
O projeto da Energy Solutions prevê até o fim de 2026 restaurar toda a área para as condições ambientais e paisagísticas que a caracterizavam há quase cinquenta anos, ou seja, antes que começasse a construção da usina (a chamada solução “greenfield”).

Um descomissionamento longo e complexo

A Energy Solutions, através da subsidiária Zion Solutions, é responsável por todos os trabalhos de remoção das instalações, da demolição das estruturas, assim como o transporte de todos os materiais resultantes de demolições para um local de sua propriedade.
O descomissionamento foi iniciado em 1998 com a remoção do combustível nuclear dos reatores e o confinamento seguro das barras de urânio; em 2011 por sua vez foram iniciadas as operações de descontaminação e demolição das estruturas que, a partir daquela data, e considerando também a recuperação dos terrenos, exigiram aproximadamente dez anos de trabalho para 200 funcionários especializados por ano, com um custo total de operação estimado em aproximadamente um bilhão de dólares. O plano de descomissionamento previu que para todas as fases relativas à demolição das estruturas em cimento armado e em aço fosse adotado somente o procedimento de tipo mecânico. O procedimento com explosivo foi de fato excluído a priori, dada a natureza do local e o risco potencial de liberação descontrolada de pó contaminado no ar. Para poder desenvolver o processo de demolição de modo adequado e com plena segurança, era necessário contratar os trabalhos junto a uma empresa com experiência e capacidade comprovadas. Deviam ser demolidas estruturas bastante complexas devido às características estruturais dos diversos edifícios e à presença de vários tipos de instalações.
Por isso a Zion Solutions, em 2014, foi contratada para os trabalhos para a Manafort Brothers de New Britain, Connecticut, empresa com quase cem anos de história, reconhecida nacionalmente, como a única, até hoje, a executar a demolição de duas centrais nucleares na costa leste dos Estados Unidos. A Manafort Brothers inicialmente operou no edifício onde estavam alojadas as turbinas e os geradores. O edifício atualmente não é mais visível já que foi completamente demolido, para que depois a demolição prosseguisse no interior das duas torres que alojavam o reator 1 e o reator 2, onde foram removidos vários tipos de instalações e equipamentos. Posteriormente começou o desmantelamento do grande edifício que alojava os equipamentos auxiliares e que estava localizado entre as duas torres, cuja demolição começou no outono de 2017.
Além da experiência e a capacidade de operar com segurança, uma demolição tão desafiadora e complexa requer equipamentos e maquinários apropriados. A longa duração da obra, as características dimensionais e de resistência das estruturas em cimento armado e em aço, assim como a necessidade de assegurar produções adequadas, exigiram uma avaliação cuidadosa dos equipamentos a serem utilizados na demolição. Esta análise levou a Manafort Brothers a decidir-se exclusivamente pela utilização de martelos Indeco, em conjunto com um triturador Indeco e uma tesoura, também fornecida pela Indeco.

Uma demolição com a assinatura Indeco

No canteiro de Zion trabalham dois HP 25000 (na Europa HP 18000 – peso operacional 11054 kg, ferramenta de 250 mm para escavadoras de 60 a 140 t) três HP 13001 (na Europa HP 9000 – peso operacional 5000 kg, 15.000 Joules, ponta de 195 mm para escavadoras de 39 a 80 t) e um HP 8000 (na Europa HP 5000 – peso operacional 3150 kg, ferramenta de 160 mm, 8.000 joules, para escavadoras de 27 a 50 t) montada em escavadora dotada de braço longo para demolição e, como já mencionado, também uma tesoura ISS 30/50 e um triturador rotativo IRP 1250.
Os equipamentos são frequentemente utilizados simultaneamente, mesmo que em diversas áreas da obra e alguns, além disso, têm sido utilizados continuamente há mais de um ano.
Como informado por John Carville, diretor do canteiro para a Manafort Brothers “Aqui em Zion, assim como em todas as demolições deste tipo, tivemos de enfrentar uma série de problemas, primeiramente os referentes à segurança e ao estado de saúde dos funcionários, o atendimento das normas ambientais e a necessidade de programar e executar de modo adequado as várias fases de demolição, assim como ter acesso a áreas não imediatamente atingíveis, porque estavam ocultas por outras estruturas. Para dar uma idéia da quantidade de cimento armado existente no local, basta dizer que quando os trabalhos forem encerrados teremos produzido mais de 113.000 toneladas de materiais resultantes de demolições, tudo transportado por trem para o local especial de propriedade da Energy Solutions, situado em Clive no deserto de Utah. Além do concreto, é preciso naturalmente considerar também as dezenas de milhares de toneladas de materiais ferrosos e não ferrosos produzidos no processo de demolição”.
O tamanho da intervenção não se limita, na descrição dos termos quantitativos; todas as estruturas internas e externas em concreto armado de maiores proporções são de blocos de concreto que, e conforme a área em que se encontram, variam de 1 a 4 metros, com vergalhões de 32 ou 36 mm de diâmetro com malha variando de mediamente grossa a muito grossa.
As maiores espessuras encontram-se nas estruturas que se estendem por quase 18 metros abaixo do nível do solo e que alojavam as instalações de bombeamento da água de resfriamento provenientes do lago de Michigan, nas estruturas em que era armazenada a reserva de combustível nuclear, e, naturalmente, nas fundações.
Essas espessuras exigiram, um empenho notável também por parte das máquinas e equipamentos, como ressaltado por Carville: “A Manafort Brothers é a única empresa da costa leste que pode reivindicar uma experiência específica na demolição de centrais nucleares em descomissionamento. De fato, já demolimos a central Connecticut Yankee junto a Haddam Neck e a central Maine Yankee situada junto a Wiscasset. Sabemos, portanto, como realizar este tipo de operações, mas francamente nunca trabalhei com concretos armados com valores de resistência à compressão de 60 a 90 MPa (8,7- 13 Kpsi), como os que encontramos aqui em Zion; por isso a escolha dos martelos e de outros equipamentos para a demolição foi realmente crucial.
Eu gostaria de salientar que a decisão de utilizar a Indeco não foi baseada apenas na experiência positiva do HP 8000 que já utilizávamos, mas foi o resultado de uma cuidadosa avaliação comparativa com outros fabricantes. Os dois HP 13001 são os modelos que mais utilizamos, mas naturalmente são os dois 25000 HP os que nos permitem enfrentar as situações mais difíceis.
O HP 25000, além se beneficiar das tecnologias Indeco presentes em todos os modelos da linha, dispõe de uma notável potência e com os seus 25.000 joules é o martelo mais produtivo e potente hoje disponível no mercado; em certas condições, é realmente o único que pode ser uma alternativa válida ao explosivo. Com todos os modelos temos notado, além disso, uma ótima confiabilidade e uma notável durabilidade das pontas em relação ao tipo de demolição, sinal evidente de que os materiais com os quais são construídos são do mesmo nível que os utilizados em todos os outros componentes do martelo. Também o triturador e a tesoura estão dando ótimos resultados em termos produtivos. O triturador rotativo se destacou particularmente pela relação potência/dimensões muito favorável”.

Forte na produção e na assistência

No canteiro de Zion os martelos foram e continuam a ser submetidos a um trabalho muito duro, que além disso se estende no tempo; aspecto não comum para as demolições normais, onde geralmente as operações duram um ano ou um pouco mais. Em todas as demolições de grandes estruturas se pode realmente medir a capacidade de produção dos equipamentos, mas uma intervenção como a de Zion representa um desafio também sob o aspecto de manutenção e da assistência, ou seja, em elementos que inevitavelmente acabam por incidir de modo decisivo no cronograma dos trabalhos. Assim John Carville destacou este aspecto particular: “A nossa satisfação com os martelos, o triturador e a tesoura Indeco nasceu de considerações produtivas óbvias, mas também da assistência oferecida pela Indeco da América do Norte, que tem sempre dado respostas, rápidas e eficazes, a todas as nossas exigências, quase todas ligadas a operações de manutenção comum. Portanto, não é por acaso que pretendemos encomendar outros dois HP 13001 para completar o trabalho”.